segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E Viva A Onda!

As ondas humanas têm juízo. Elas sabem coisas. Organizam suas energias e continuam se movimentando no oceano da História. As pedras e praias da pós-modernidade não são suficientes para terminá-las.

Falei aqui em meu Blog durante toda a campanha que a grande novidade desta eleição foi a Rede. A Rede também é humana. Confundem-se os que pouco usam a Internet imaginando que se tratam de coisas estranhas realizadas em equipamentos modernos.

As novas redes de comunicação são laços entre pessoas defendendo seus interesses, pontos de vista, noticiando, denunciando organizando, enfim se comunicando em tempo real. A Internet é com certeza a maior confusão jamais feita pela humanidade funcionando com um nível de organização que não consegue ser alcançado por nenhum outro dispositivo.

O Rio de Janeiro mais uma vez cumpre o seu papel de vanguarda na Política brasileira. Colocamos a ação política nas redes. O Rio já percebeu que pode coisas inéditas criando as novas tribos de opinião que irão configurar a nova Polis. Portanto, estamos construindo uma nova forma de fazer Política. E nestes tempos de instantaneidade, rapidamente todo o país estará fazendo Política em rede.

É assim que todas as forças instituídas conhecerão o peso das inúmeras forças instituintes que vem se formando nesta nova Revolução Social que a humanidade está vivendo. É da natureza dos podres poderes não conseguirem sair de si mesmos. Sua dialética os puxa para dentro e assim vão se enredando em suas próprias perversidades. São as piores representações do instituído nestes tempos de acelerada mudança.

Fiquemos com a esperança do novo, trabalhando diuturnamente nas redes que a Campanha de Fernando Gabeira iniciou.

7 comentários:

Rafasoli disse...

A derrota é real, mas no tempo histórico eles ganharam no passado, em qualquer universo que pense as formas de representação do futuro, nos massacramos.

Temos de saber que não temos de usar a rede para ganhar nas velhas formas, demos de usar a rede para construir o futuro. E isso significa pensar fora das eleições e dos partidos, pois se os partidos estão velhos as eleições também, por mais que usem o voto eletrônico.

O Gabeira pode e deve ser o embaixador do futuro da política.

Acreditem!! em alguns dias ja sentiremos isso e em alguns anos viveremos isso. Nós Ganhamos onde é importante nós ganhamos no Futuro!!!!!

bjs

Mara Chuairi disse...

Muito bom o texto e o comentário do Rafael.
Mas eleitoralmente falando: tivemos a melhor derrota e eles a pior vitória. Uma vitória a ser partilhada por todos os podres poderes (imagine que briga é isto).
É verdade o que o Rafa fala, ganhamos no futuro, mas temos que criar instrumentos para chegar nele logo.

Waldir Cardoso disse...

Valeu Velhinho! Forte abraço. Waldir Cardoso PPS/PA

Comba Marques Porto disse...

Perfeito!
Mesmo perdendo a eleição, fomos vitoriosos. O que vimos foi a recuperação do movimento social através da internet. É a prova de que os orkuts da vida não se prestam só ao besteirol dos relacionamentos. A internet nos dsiponibilizou poderoso instrumento de fazer política. Quase batemos todas as máquinas juntas - do Estado às milícias -, queremos mais?

Agora é continuar. A onda recua, mas volta na infinita vitalidade das marés.

Parabéns por sua valiosa contribuição à nossa campanha. Orgulho-me de você. Beijos.
Comba.

Comba Marques Porto disse...

A MAIORIA ESCOLHEU O VELHO

O Rio elegeu Eduardo Paes, político jovem, porém velho de idéias, velhíssimo, aliás, na forma de atuar e de obter sucesso em campanha eleitoral. Eduardo se elege com discurso moralista, com o peso da velha máquina de fazer votos, com a adesão oportunista à imagem do Presidente Lula junto ao povo e com o apoio de certos partidos tidos como de esquerda.
O jovem Eduardo, com seu estilo careta, do pensar ao vestir, elege-se também com o apoio de mais de 900 mil abstenções, intencionais ou displicentes. E também com a ajuda de mais de 200 mil votos nulos, a maioria provavelmente resultante do equívoco no manejo da urna, coisa natural numa população à qual, por séculos, vem se negando educação, boa fórmula de mantê-la frágil à compra da consciência na hora das eleições. Dentre tais votos nulos, incluem-se votos de gente de esquerda, por assim dizer. Sem êxito com suas candidaturas próprias, muitos se evadiram do compromisso no segundo turno, lembrando o gesto bíblico do “lavar as mãos”, diante de resultado que viesse a consagrar a vitória do candidato conservador.
O moço de 38 anos venceu apertado na soma dos votos. Mas a vitória política foi de Fernando Gabeira, para quem os 67 anos só contam a favor de seu pensamento infinitamente mais avançado, de sua campanha inovadora pelo exercício da ética na política, algo que entra para a história desta cidade.
Com sua candidatura, Gabeira criou um movimento, quando todos os movimentos sociais pareciam coisa do passado. Movimento este que cresceu sobre todas as máquinas – do Estado às milícias – e por muito pouco não consolida a vitória. Pensando bem, fez-se muito. E o feito não será perdido. A internet, ferramenta fundamental da campanha de Gabeira, permitirá a continuidade do movimento, a grande articulação da sociedade civil já experimentada na campanha, o que nos desperta a esperança e muda o rumo da política no Rio de Janeiro.
As velhas máquinas com seus panfletos apócrifos e outros expedientes de licitude questionável, garantem a eleição. Mas o ato de governar no mesmo estilo já não será fácil, quando se tem a sociedade civil, em movimento, atuando em defesa dos seus interesses coletivos, dos seus direitos de cidadania. A Onda Gabeira vitoriosa com seus 1.640.970 votos (inclusive o meu no primeiro e no segundo turno) está viva e será o novo olhar da sociedade sobre as ações da Prefeitura. Fique atento, Eduardo.

Em 27 de outubro de 2008
Comba Marques Porto

Rafasoli disse...

Gostaria de agradecer ao Gabeira em nome do Raulino e ao Raulino em nome do Raulino.

Bjs

Eduardo disse...

Espero que no futuro, como disse o rafasoli, a gente ganhe vencendo. Vamos tranformar esse limão amargo em limonada saborosa, vamos aprofundar as oportunidades que se apresentaram nesse rico e inédito processo político eleitoral do Rio de Janeiro.Não sei o universo de Guerra nas Esterlas, de George Lucas, lhe é familiar, mas ele logo no primeiro episódio mostra que para derrotar o Lado Negro da Força surgia, como sugere o título, Uma Nova Esperança. Vou repetir o que falei com dois velhos militantes da causa democrática - o primeiro um velho jedi e o segundo um jedi mais moço, mas já com farta barba grissalha: se for para trocar idéias e ajudar a construir alternativas, longe das arcaicas estruturas, estou dentro.
Velhinho, parabéns pelo texto e pela campanha bonita.