sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Educação Pública e as Novas Tecnologias da Informação

Este é um tema completamente em aberto nos dias atuais. Muitos já percebem que não é mais possível se continuar tentando educar as crianças e os jovens baseados no processo conhecido como “cuspe e giz”. O termo é forte, mas chama a atenção informando que não basta mais um educador em frente a algumas dezenas de alunos falando e fazendo considerações mais significativas em uma lousa.
Muito tem se tentado com a chamada Educação à Distância(EAD), usando os dispositivos que a Informática oferece para que os alunos possam ter material educacional e orientações, bem como exercícios através de meios virtuais, oferecendo conteúdos pela Internet. Na verdade tais tentativas são incipientes e não atacam o cerne do problema, porque tal método não usa a COLABORAÇÃO, uma das grandes possibilidades oferecidas pelas redes tecnológicas. Principalmente quando se trata de Educação Pública.
O primeiro ato que a educação precisa resolver em todos os seus estágios é retirar o tablado que coloca o professor sempre um pouco acima dos seus alunos. O “ Magister dixit” precisa acabar o mais rapidamente possível. Isto quer dizer que a Revolução Tecnológica e Científica oferece oportunidades de quebrar os centros de autoridade que norteiam todo o processo educacional vigente. Apreender nas redes é viver com as redes todos os processos de conhecimento. O aluno passa a ser parceiro de outros alunos que interagem em busca de novos saberes.
Será preciso quebrar a arrogância dos Doutores e suas especialidades. A especialidade é um processo de conhecimento próprio de uma sociedade que está desaparecendo. O Capitalismo Industrial precisou do Taylorismo e suas pirâmides de comando e controle para gerir a produção fabril. Hoje já é lugar comum dizermos que as sociedades das chaminés e dos chãos de fábricas estão em agonia. As escolas e as Universidades ainda são organizadas em função da especialidade e da hierarquia de saberes que entram em contradição com as propostas da nova sociedade chamada do conhecimento.
Não existem projetos prontos para a configuração de um novo aprendizado deste tipo. O atual Governo do Estado do Rio de Janeiro tenta colocar a inovação na ordem do dia distribuindo NoteBooks para os professores da rede pública. Entretanto não possui um planejamento de valorização e capacitação que modifique a maneira dos professores apreenderem e lecionarem com uso da Internet. Muito menos como poderiam ser os transformadores das velhas salas de aula em redes distribuídas de aprendizado. A idéia mesmo do prédio como equipamento educacional fica em cheque - precisamos agora é de redes e de muita Banda Larga.

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