terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Vida dos Outros e a ABIN.

Não assisti ao filme “A vida dos Outros”, (Das Leben der Anderen), escrito e dirigido pelo cineasta Florian Henckel von Donnersmarck, quando passou no circuito aqui no Rio de Janeiro. Tive a oportunidade de vê-lo na última sexta feira, através do cabo no canal da HBO.

Um filme decisivo, muito bem conduzido, com estética impactante fazendo um relato profundo do regime autoritário da Alemanha Oriental entre os anos de 1984 até quatro anos após a queda do Muro de Berlim. Música de fundo, a sonata 23 Apassionata de Beethoven, tema musical tão caro ao líder máximo da experiência socialista, Vladimir Ulianov Lênin.

Emocionante a curta cena de um jornal berlinense informando a eleição de Gorbachev na URSS caído no banco do carro de um policial da Stazi, exatamente no momento em que a protagonista do filme se suicida em frente aos seus algozes e de seu amante. Equivale a um grande grito de como foi importante aquele dirigente do chamado Socialismo Real para encerrar tão triste e trágica experiência para muitos milhões de pessoas.

Logo depois o desfecho do filme com os burocratas da tortura e da morte tentando dialogar com os perseguidos do falido regime, como se assim pudessem resgatar alguma humanidade. E culminando com imagem sombria de um policial especialista em crise, transformado num simples carteiro na nova Alemanha.

Todas as barbaridades cometidas em nome de uma nova sociedade e de novos valores de um mundo coletivo que traria o fim da iniqüidade. Os valores de uma Ideologia impostos sem qualquer responsabilidade com a Democracia e a coisa pública.

Emocionado com o que acabava de assistir, me lembrei dos acontecimentos rocanbolescos patrocinados pela Polícia Federal e a ABIN nos últimos meses aqui em nosso país. Policiais, juízes e Chefes das instituições envolvidos com escutas ilegais e uso do aparelho de Estado para investigar ilegalmente, tudo com silenciosa conivência do Palácio do Planalto e seu Comitê Central. Para esta gente, necessários movimentos de investigação para defender um projeto de esquerda contra o Neoliberalismo da direita em nosso Brasil. Muito provavelmente para calar a corrupção da qual foram partícipes vários membros do atual Comitê Central.

O pior de tudo é verificarmos como alguns setores das camadas médias brasileiras, porque têm pavor da corrupção inerente ao Capital, se deixam levar pela mídia e abraçam as atitudes destes pífios profissionais da tortura e da espionagem. Pra completar, recebendo aval do PSOL.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ainda os Territórios e as Eleições.

Como será que os Bandidos conseguem se eleger, nas grandes áreas metropolitanas das maiores cidades do País? Como se realiza uma pressão, chantagem que garanta um número de votos suficiente para a bandidagem?
Simples assim:
As Milícias fazem negócios com os habitantes onde mantém controle: serviços de gás, o famoso Gatonet, etc. São controladores dos já famosos Centros Sociais de Atendimento”, fazem cadastros das pessoas usuárias deste serviço.
Cadastros muito simples: Nome Completo, data de nascimento, e número de Celular. Dados singelos, que poderão ser acompanhados com declarações de privacidade e de respeito à cidadania de cada um.
Agora a operação número um, (realizada por uma única pessoa numa saleta com ar condicionado):
1- Entrar no site do TRE de um determinado estado, no meu caso, http://www.tre-rj.gov.br/
2- Acessar a Primeira Aba superior esquerda, denominada “Orientação ao Eleitor”; entrar em “Consultar o número do Título”.
Os dados exigidos são nome completo e data do nascimento. Lá colocados, o título estará revelado.
3- Entrar em “Consulta Local de Votação”, logo abaixo, na mesma aba e colocar o título, logo após preencher um pequeno código indicado pelo próprio TRE e PRONTO!
Aparecem os seguintes dados: (No meu caso foram estes).

Número do Título: 001160750337
Nome do Eleitor: RAULINO AQUINO DE BARROS OLIVEIRA
Situação: Regular Passível de Cancelamento: Não
Local de Votação: CLUBE DE REGATAS FLAMENGO
Bairro: FLAMENGO
Endereço da Seção: AV. RUI BARBOSA 170 Zona Eleitoral: 3 Número da Seção: 113 Município: RIO DE JANEIRO – RJ

Agora é só mandar um SMS ao celular do cidadão com dizeres assim:

“Você vota no Club Regatas Flamengo, Zona Eleitoral: 3, Seção113, Na av. Rui Barbosa, 170. Estamos aguardando seu voto no Candidato XXXXXXXX.
Estamos controlando vc“.

Uma das novidades deste novo processo é que todo mundo tem Celular. É assim que os bandidos e os representantes das Milícias conseguem eleger seus representantes. Não precisam mais do Velho Cabo Eleitoral, figura do velho mundo em extinção.
Agora temos os novos “Agentes de Pressão de Votos”. Na verdade, duas ou três pessoas podem ameaçar virtualmente, fingindo ter controle, o conjunto dos moradores de toda uma comunidade carente, bairros de trabalhadores, etc.
Quantos não terão medo e reagirão, votando de acordo com suas convicções?
Os Territórios usando as novas tecnologias para chantagem, com novas formas de cabrestar o voto. O Poder público tem que enfrentar as Milícias urgentemente, elas querem ser Poder e têm muito apetite.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Bloco e as Fantasias.

A iniciativa do PPS de constituir um Bloco Democrático e Reformista para buscar alternativas de Governo para o país, criou um certo mal estar em almas que se alto denominam almas de esquerda, eh eh. Após as declarações de participação do PSDB e do DEM, velhas e conhecidas personagens que se acham depositários de um pensamento de esquerda, começaram a desfiar o fel emprestado da velha UDN para atacar o Bloco.

Os primeiros a reagirem foram os petistas, principalmente os “profissas”, o que é bom sinal. Sentiram o golpe e já ensarilharam armas para denunciar que as esquerdas são eles e o Bloco é Neoliberal. Estes irão fincar pé nesta tecla, até porque acham que é assim que mobilizam a consciência cívica nacional contra os perigos da direita e do imperialismo.

Outra vertente, um pouco mais envergonhada, resolve declarar que talvez haja precipitação por parte do PPS em tentar uma frente com vistas a uma nova governança para o país tão longe ainda de 2010. Os argumentos são todos muito desviantes e fogem da Política em cima do que seriam considerações de natureza Ética e Ideológica. E ficar como?

Vendo a banda passar e deixar o Governo Lula continuar cooptando todas a formas de organização social pra dentro do aparelho de Estado e com benesses, bancadas por todos os brasileiros, para evitar qualquer oposição?

Assistir a este projeto de poder que tem como “marca registrada”, políticas compensatórias para iludir os mais pobres do país, através de programas que só têm porta de entrada, mas sem qualquer saída?

Ficar torcendo junto com o Presidente que a crise econômica mundial seja de fato só uma maroilinha?

Desconfiar dos membros do DEM, porque são conservadores, os mais afoitos dizem reacionários, pasmem! Que o PSDB não tem compromissos com a Democracia,etc?

E qual Política realizar agora? Por que abdicar da Oposição? Somos oposição sim. Queremos um outro Projeto para o país. Queremos efetivamente alternativas para o desenvolvimento social. Precisamos defender a República e a Democracia.

Aconselho aos vacilantes que se fantasiem de vermelho, com muitos adereços de estrelas, foices e martelos e se dirijam para Avenida Século Dezenove.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Quando o PT Profissa tenta Orientar o PT Profundo.

Criei estas duas “catigorias” durante o processo eleitoral de 2008. O PT que se firma na Ética das Convicções e acredita numa sociedade igualitária, tendo fé que denunciando as mazelas da sociedade Capitalista e seus deformados dirigentes acabará por conseguir um mundo melhor, este o PT profundo. Semelhante ao termo cunhado para definir o atraso na sociedade Norte Americana: a América Profunda sustentada pela ideologia das milhares de pequenas cidades do interior dos EEUU. E de outro lado o PT profissa, habitante do Palácio do Planalto,onde qualquer ilusão Ética é proibida. Lá se pratica a lógica do Poder a qualquer preço. Tem até Comitê Central como já denunciei aqui neste meu Blog há alguns meses. Sempre instigante lembrar que o Lula tem acento nas reuniões do CC, mas não é membro da sinistra organização.
Vale a pena examinar a orientação do Secretário do CC José Dirceu com relação a criação do Bloco Democrático e Reformista proposto pelo PPS no dia de ontem. Está assim a matéria do moço:

Sucessão de 2010: o que nós do PT temos que fazer já.(Blog do ZÉ Dirceu em 04/12/2008).
Temos defendido aqui nesse blog que a sucessão de 2010, a eleição presidencial e quase geral (só não há para um terço do Senado, prefeitos e vereadores) já começou. Isso não quer dizer que seja a única e mais importante tarefa do momento, mas que temos de encará-la de frente, mesmo priorizando a luta contra a crise econômica.
Não tenhamos ilusões nem dúvida nenhuma, o anúncio da aliança PSDB-DEM-PPS para atuação nacional e até 2010 (O Globo de hoje), não pela novidade - até porque o partido de Roberto Freire (PE) já era um apêndice dos tucanos há muito tempo - mas pela iniciativa e ação política, envolve também a disputa pelo PV e pelo PMDB naquele ano.
Para nós a questão é o que estamos fazendo para consolidar nossa aliança com o PMDB, com o bloco PSB-PC do B-PDT, para manter conosco o PR e para disputar apoios importantes no PP e PTB.Para nós, do PT, percebam, a questão é crucial já que se trata de uma disputa que pode ficar entre dois candidatos e dois blocos políticos e sociais como demonstraram as eleições municipais desse ano (leiam a nota na seqüência). Notem bem, eu escrevi dois blocos políticos e sociais.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PPS, DEM e PSDB Criam Bloco Democrático e Reformista

Em reunião ocorrida nesta quarta-feira, em Brasília, os presidentes do PPS, Roberto Freire; do PSDB, Sérgio Guerra; e do DEM, Rodrigo Maia, decidiram que vão formar um amplo e democrático bloco político para disputar as eleições presidenciais em 2010 e governar o país.

A partir de agora, os representantes dos partidos formatarão um projeto de desenvolvimento para o Brasil que será repassado para as cinco regiões do país. No Congresso Nacional, PPS, DEM e PSDB já vinham atuando conjuntamente em diversas votações.

No encontro o presidente do PPS, Roberto Freire apresentou a Nota conjunta da Comissão executiva Nacional do PPS e sua bancada Federal.

A Comissão Executiva do Diretório Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), em reunião conjunta com a bancada federal, decidiu trabalhar pela construção de um Bloco Democrático e Reformista, capaz de organizar um movimento nacional que vença as eleições presidenciais de 2010 e governe o pais, iniciando um ciclo virtuoso de transformações na economia e na sociedade.
Nos últimos seis anos, o atual governo se beneficiou de uma conjuntura financeira internacional que oferecia liquidez a todas as economias do mundo, graças a alavancagens jamais vistas no mercado, fazendo uso dos recursos fartos disponíveis, além de uma política fiscal de juros altíssimos e um verdadeiro populismo cambial, que transformou o país num entreposto de ganhos para os fluxos de capitais globalizados. Além de negar o discurso ético, o Executivo atropelou as instituições republicanas com a compra de parlamentares e partidos no episódio conhecido como o “mensalão”, a fim de controlar o Legislativo; criou e assenhoreou-se de dezenas de milhares de cargos públicos, usou os ganhos dessa ciranda para cooptar a sociedade organizada, trabalhadores e empresas para o interior do aparelho de Estado, ao mesmo tempo em que ofereceu e continua com políticas compensatórias para os mais pobres.
O mais grave, no entanto, é que o governo e o partido que o hegemoniza abandonaram as reformas estruturais que o Brasil tanto necessita, capazes de permitir ao país efetivamente alcançar seu desenvolvimento e ser menos desigual. Agora que a crise econômica “atravessou o Atlântico”, resta à sociedade e ao próximo governo construir uma outra perspectiva de desenvolvimento, fazer uma gestão transparente e com responsabilidade na condução da política econômica, resistindo ao economicismo que é prisioneiro do mero crescimento econômico, e tenha reflexos concretos nas políticas sociais.
Assim, o PPS convoca os brasileiros para a formação deste Bloco Político de oposição ao atual governo e aberto à participação de partidos, lideres sindicais e comunitários, gestores públicos em todas as instâncias, intelectuais, jovens, mulheres, universidades e escolas, lideranças religiosas, que apóiem seu programa e objetivos. No que diz respeito aos membros do PPS, cada um deverá ser portador desta proposta e assumir o dever de informar seus objetivos à sociedade, usando todos os meios possíveis de comunicação e informação.
Brasília, 2 de dezembro de 2008


Agora é a vez das ruas e das redes!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

As Redes e Os Partidos Políticos.

O que movimenta as redes na Internet é o interesse. Movidas pelos interesses, as pessoas entram nas comunidades, criam comunidades, Blogs, sites, etc. A natureza das redes, entretanto é diversa; elas se mantém e se alimentam graças à colaboração. Sem colaboração as tribos virtuais congelam. Muitas Centenas de milhares destas tribos foram criadas e estão mortas, sem movimento, sem participação, porque não conseguiram definir nenhum tipo de colaboração entre os seus participantes.

O Orkut é uma rede de colaboração com milhões, onde o interesse de se fazer conhecer é decisivo. Lá os internautas dizem o que são, ou que imaginam que são. Afirmam suas fantasias para seduzir os outros. Mostram momentos de suas vidas em fotos e vídeos. Ganham “amigos” e vão curtindo esta troca sem fim de relacionamentos. Lá alguns preferem ser “Fakes”, imagens intencionalmente falsas, para criticarem e ao mesmo tempo mostrarem o que pensam de coisas e comportamentos. Muitos fakes, milhares, alguns declaradamente fakes, outros de forma dissimulada e clandestina. E as comunidades se multiplicam, não param de crescer.

São muitos os espaços virtuais disponíveis na Internet. Permitem grupos, subgrupos, acompanhamento de projetos, desenvolvimento de produtos, grupos de pensamento, de discussão religiosa, filosófica, de Política, pedofilia, pornografia, enfim, todas as manifestações humanas encontrando formas de serem discutidas/vivenciadas via rede.

Novas contradições se estabelecem: interesses verso colaboração, privacidade verso publicização, mentiras verso notícias, a força das imagens e dos sons verso montagens fakes,(algumas muito bem feitas). Os vídeos da WebCam disponibilizados na rede estão acabando com o business da pornografia dos sites que cobram pelo serviço. São milhões de vídeos com pessoas de todas as idades e tipos mostrando tudo de graça. Aqui temos um contundente exemplo da chamada pós-modernidade “on line”.

Qual a Ética das redes? Alguma comunidade virtual poderá garantir que determinados compromissos éticos estão sendo observados? Claro que sempre existe uma ética quando humanos estão vivenciando grupos e tribos. Mas a rede não permite princípios à priori. Esses princípios vão se conformando na medida em que as comunidades se desenvolvem. Curiosamente, eles são fundamentais para a manutenção e o desenvolvimento das próprias comunidades, mas se formam lá nos conflitos e contradições que o virtual possibilita.

Porque são horizontais, apesar das ilusões dos coordenadores e fundadores, as comunidades virtuais têm comportamento diverso das estruturas verticalizadas do mundo real. Partidos Políticos em rede? Eh eh! Estas estruturas do século XVIII, fundadas no fragor da Revolução Industrial já eram quando se deparam com a Internet! Poderão continuar existindo durante mais cem anos, mas em cada momento dizendo menos para as novas gerações e suas tribos nas redes.

Agora mesmo, nos EEUU tivemos um movimento na Internet que começou derrotando a estrutura de Poder do Partido Democrata, indicando Barack Obama para presidente ao invés da candidatura mais certa e considerada para as eleições de 4 de novembro de 2008. Até o início de 2007 todo o mundo político dava como certa a candidatura de Hillary Clinton, e imaginava-se que sua eleição seria muito provável. Nem candidata foi e chegou a vez do Partido Republicano bater de frente com a Internet, perdendo sua longa hegemonia de Poder na maior nação do mundo contemporâneo.

E aqui mesmo nesta terrinha de Santa Cruz, a Internet não venceu uma coligação de doze velhos Partidos Políticos por muito pouco, exatamente 1,6% de diferença de votos na segunda maior cidade do país. Acima dos Partidos a candidatura de Fernando Gabeira mobilizou novas forças a partir da Internet.

Há alguns dias atrás, Gabeira fez um comentário que dá o que pensar: - “será que a realidade política brasileira se resume as contradições entre o PSDB e o PT?”

Efetivamente as redes já são Poder inclusive aqui no Brasil. A Internet e os celulares vão derrubar muitos projetos das velhas instituições para 2010. As tribos virtuais estão com a palavra desde agora.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Duas Lideranças Comentam a Vitória de Obama

Dois bons comentários em cima da vitória de Barack Obama. Ambos ressaltam os aspectos positivos das eleições Norte Americanas, aproveitando para comentar a futura sucessão brasileira em 2010.



Trajetória da Esperança

Fernando Gabeira para Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO - A vitória de Obama é um manancial de interpretações. Muitos podem mergulhar nele e sair com sua verdade. Nos EUA, tudo é possível, dirão alguns maravilhados com a democracia norte-americana. Pela primeira vez um negro chega à Casa Branca, dirão os interessados em acompanhar a trajetória da luta racial.

Os mais modernos vão atribuir um grande peso à internet. Obama e sua equipe usaram o instrumento de forma competente. Mas é interessante observar alguns pontos: o simples fato de ser negro não define em si a vitória de Obama. Outros negros tentaram. A internet entregue a si mesma não faz nada; o domínio do instrumento não substitui a força do conteúdo.

Estou convencido de que a análise política de Obama foi um fator decisivo. Ele concluiu que um tempo estava se acabando, que as querelas dos anos 60 chegavam ao esgotamento. Viu o país dividido entre republicanos e democratas, assim como outros pequenos impasses que o debate nacional estimulava. Resolveu construir pontes.

Esta decisão, para mim, foi sábia. De que adiantam debates estéreis, em que se volta para casa com uma sensação de superioridade moral, mas nenhum avanço prático?

Uma realidade importante até para o Brasil: embora existam dois fortes partidos disputando o poder, grande parte da população não se identifica integralmente com eles. Nos EUA, são os independentes. O candidato fala para os independentes. É capaz de mobilizá-los? Entre eles estão 40 milhões de jovens, ávidos por proposta de esperança.

Ao longo de dois anos de campanha, foi possível colocar o país de pé, esperando, com orgulho, horas numa fila de votação.

No Brasil, com nossos métodos modernos, podemos suprimir as filas. Mas estamos em condições de injetar esperança menos de uma década depois da eleição de Lula?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obama e o Fim do “Eixo do Mal”



Milhares, talvez milhões de imagens de Obama na Internet; escolhi esta pela importância que a famosa telinha teve nas eleições norte americanas e principalmente na vitória de Barack Obama.

Sua primeira dura batalha foi contra Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata. Lá já se configurou a importância da Internet, principalmente no sistema de arrecadação entre as duas candidaturas. Hillary optou pelo processo tradicional de grandes contribuintes enquanto que Obama já havia iniciado seu sistema de aceitar doações populares e pequenas via Internet. Vejam que se tratava de uma luta envolvendo ineditismo em ambas as candidaturas: a primeira mulher contra o primeiro negro que postulavam a presidência dos Estados Unidos, mas a rede ficou com Obama.

Obama, entretanto, tinha tido seu momento “contra Severino Cavalcanti” numa atitude extremamente corajosa. O discurso feito às vésperas da invasão ao Iraque, quando a maioria das lideranças democratas embarcava no belicismo de Bush, mais uma vez com medo de ser prejudicada eleitoralmente com o rótulo de “suave com os terroristas”. Num momento em que mais de 70% da população americana apoiava a guerra, Obama expressou o ponto de vista dominante no resto do planeta: a guerra era imoral e injustificada.

Cabe aqui assinalar algumas iniciativas de Obama como parlamentar para desmascarar uma das últimas tentativas da mídia tradicional de que ele era um político inexperiente. A trajetória de Obama no Senado Federal revela um legislador cuidadoso e preocupado com a efetividade de seus projetos nas grandes questões da atualidade.

1) Lei que regulamenta o financiamento e os procedimentos para a eliminação de armas nucleares e convencionais;
2) Lei que especifica punições para fraudes eleitorais e intimidação de eleitores, problema crônico nos EUA, especialmente nas regiões pobres e negras;
3) Legislação que cria uma comissão para fiscalizar a ética no Congresso, com amplos atributos para investigar e punir subornos ou atividades ilegais de lobistas;
4) Lei que, pela primeira vez, dirigiu a atenção do Senado para a gripe aviária e balizou a pesquisa e formas de combate-la;
5) Lei que regulamentou os planos de saúde para veteranos de guerra, incluído o tratamento dos distúrbios pós-traumáticos;
6) Legislação que proíbe a FEMA (agência encarregada das emergências) de contratar empresas sem licitação, prática escandalosamente comum, de New Orleans a Bagdá;
7) Legislação que cria um banco de dados público, na internet, com os gastos do governo federal;
8) Lei – também elogiada por especialistas – que regulamenta os processos judiciais contra médicos e hospitais, sem tirar os direitos dos pacientes vítimas de abuso real;
9) Legislação que regulamenta os gastos de governantes com viagens;
10) Lei que limita severamente a atividade de lobistas no Congresso;
11) Lei que proíbe e regulamenta a punição por práticas enganosas nas eleições federais;
12) Legislação que aumenta a segurança nas atividades das indústrias químicas;
13) Lei que torna ilegal a venda de dados pessoais por companhias que elaboram o imposto de renda de terceiros;
14) Adendo intitulado “Iraq War De-Escalation Act”, que reduz o número de tropas e estabelece prazos para a saída dos americanos do Iraque.
(relação retirada do Blog http://politicanadaimparcial.blogspot.com/).

Assim começará a era de Barack Obama:
- Desmontando a rancorosa posição do Governo Bush de que há um “Eixo do Mal” e que contra ele o mundo deveria estar permanentemente mobilizado.
- Trabalhar politicamente pela desnuclearização dos armamentos militares no mundo
- O presidente dos Estados Unidos vai dialogar com adversários e inimigos, colocando em desuso a retórica do medo consagrada pelos Governos republicanos.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ah os Territórios!

Com a publicação dos índices de abstenção na maioria das cidades que foram ao segundo turno pelo Ex Blog do Prefeito César Maia, cai um primeiro mito construído pela mídia logo após os resultados das eleições aqui na Cidade do Rio de Janeiro.

Segundo Turno
Eleitorado / Abstenção / (% abstenção)

Belo Horizonte (MG) - 1.457.208 / 315.019 (21,6%)
São Luís (MA) - 636.914 / 135.555 (21,2%)
Anápolis (GO) - 217.127/ 45.994 (21,1%)
Rio de Janeiro (RJ) - 4.579.365 / 927.250 (20,2%)
Salvador (BA) - 1.747.278 / 344.805 (19,7%)
Belém (PA) - 961.232 / 188.849 (19,6%)
Cuiabá (MT) - 368.188 / 69.710 (18,9%)
Santo André (SP) - 533.428 / 100.338 (18,8%)
Petrópolis (RJ) - 231.821 / 43.270 (18,6%)
Bauru (SP) - 233.653 / 43.051 (18,4%)
São José do Rio Preto (SP) - 276.943 / 49.753 (17,9%)
Campos (RJ) - 322.839 / 57.521 (17,8%)
Florianópolis (SC) - 301.967 / 53.914 (17,8%)
Porto Alegre (RS) - 1.038.885 / 184.747 (17,7%)
São Paulo (SP) - 8.198.282 / 1.438.355 (17,5%)
Pelotas (RS) - 243.216 / 42.737 (17,5%)
Londrina (PR) - 341.908 / 58.236 (17,0%)
São Bernardo do Campo (SP) - 539.584 / 90.785 (16,8%)

Claro que a abstenção tem muito mais relação com o problema do voto obrigatório em nossa legislação do que na “genialidade” do Governador do Estado do Rio de Janeiro, antecipando o feriado.

Voltamos assim ao outro e provavelmente maior motivo da derrota de Fernando Gabeira no pleito de 26 de outubro; o poder dos Territórios. Acho que somente aqui neste Blog do velhinho o assunto vem sendo levantado. A mídia nacional tem pavor de considerar qualquer hipótese não provada que não seja de sua lavra.

Chegaremos lá: não é tão difícil levantar quais as seções eleitorais que se localizam nas áreas dominadas pelo tráfico e pelas milícias. Acredito que a Prefeitura tenha estes dados.
Depois a tarefa de comparação dos resultados nessas urnas será tão fácil como saber o Bicho que deu.

Tenham a certeza que foi nessas seções eleitorais que a diferença contra Gabeira se consolidou. Durante a campanha pude verificar, através de vários pequenos eventos que a Onda avançava por toda a cidade, batendo e voltando nos intransponíveis quebra-mares dos Territórios.

domingo, 2 de novembro de 2008

Mesmice e Mudança.

O bom artigo de hoje no Jornal do Commercio de Pernambuco do jornalista Alberto Dines merece uma lida:

“Change” – não se trata de slogan publicitário, invenção de marqueteiro, mote novo para velhas camisetas, modismo. O mundo quer mudar, precisa mudar, se permanecer como está, arrebenta.

E, desta vez, diferentemente dos grandes traumas históricos como a Revolução Francesa (1789) e a Primeira Guerra (1914-1918), o clamor pelas transformações é desarmado, pacífico. Civil e civilizado. Em vez de revoluções, contra-revoluções, quarteladas e guerras sangrentas (que trouxeram mais injustiças do que reparações) a arma da mudança está sendo exibida sem medo: o voto. Voto enérgico, convicto, individualizado, livre de fanatismo e truculência.

A sonhada era da mudança só se efetivará se conduzida através da democracia representativa. No grito ou no conchavo, através de golpes ou trambiques ficará tudo na mesma. Genuínas mutações serão possíveis desde que processadas dentro de sistemas onde possam ser livremente implementadas e questionadas.

Qualquer que seja o desfecho da eletrizante disputa eleitoral americana na próxima terça-feira – mundo civilizado está torcendo pela vitória de Barack Obama – evidencia-se que os EUA jamais serão os mesmos. Sarah Palin, a barbie convocada para ser vice do republicano John McCain, é uma caricatura feminina de George W. Bush que por sua vez é uma grosseira caricatura de Ronald Reagan. Uma superpotência não pode resignar-se à condição de álbum de charges.

Barack Obama não é apenas o primeiro candidato negro ou afro-americano com chances de ocupar a Casa Branca. Ele é o único líder político americano que teve a audácia de aposentar os ressentimentos e se assumir como pós-racial. Mais do que isso: pós-religioso, pós-ideológico e pós-nacionalista. Obama encarna a mudança – na biografia, na pessoa, no gesto, nas idéias. Será testado no colégio eleitoral americano, mas tem consciência de que a sua tutora é a opinião pública mundial.

A campanha eleitoral brasileira, embora em outro âmbito, prometia mudança e substância. Ficou na promessa. A surpreendente coligação belo-horizontina PT-PSDB não passou de jogada entre coronéis da nova geração, puro oportunismo, nenhuma fresta inovadora, nenhum contrapeso conceitual.

A grande surpresa – legítimo fenômeno político – foi o desempenho de Fernando Gabeira. Sua derrota por apenas 55 mil votos num eleitorado de cerca de três milhões e meio de votantes não é uma "vitória moral", é uma conquista concreta, inalienável.

Sozinho, com poucos recursos e quase sem suporte partidário, Gabeira enfrentou as máfias ligadas ao crime organizado, neutralizou o poderoso lóbi evangélico, atropelou a tropa de choque do MR-8 a serviço do PC do B e bateu a máquina dos governos municipal e estadual. Foi abatido pela singular abstenção (quase 972 mil ausentes, cerca de 21%), produzida pela antecipação do Dia do Servidor Público para a segunda-feira.

Sua bandeira: mudança. Seu mostruário: ele próprio. Uma postulação política superior, também pós-ideológica, uma coleção de propostas límpidas despojadas do abominável jargão tecnocrático, a honestidade de apresentar-se como gente, a maneira inteligente de tornar ostensiva a estultice dos rivais foi recompensada por este formidável retorno eleitoral.

Gerenciado da mesma forma transparente e determinada, este ativo político poderá transformá-lo no agente da grande virada que o Rio aguarda há quase meio século, desde que a capital foi despachada para o Planalto Central.

Embora não seja carioca da gema (nasceu em Juiz de Fora), Gabeira representa a quintessência da sofisticação do Rio. Sem ela, a Cidade Maravilhosa continuará como terra-de-ninguém ou, na melhor das hipóteses, linda trincheira na guerra entre milícias, gangues e polícia.

Uma mudança real em Washington mudará o mundo. A continuada pressão por mudanças no Rio poderá injetar esperanças num cenário desbotado, onde impera a mesmice e o dèjá-vu, interminável festival de reprises.



sábado, 1 de novembro de 2008

Uma Feliz Coligação



O PV, o PSDB e o PPS acertaram e formalizaram uma coligação em 18 de fevereiro de 2008 para levar à cidade do Rio de Janeiro a candidatura de Fernando Gabeira. O PPS procurou o PSDB em dezembro de 2007 para iniciar os movimentos, prospecções da viabilidade de uma candidatura que defendesse a Democracia ea República e ao mesmo tempo, fosse um projeto de recuperação da cidade em busca de seu futuro. O nome de Gabeira surgiu imediatamente e demos partida para esta jornada.

Já na sua primeira declaração na reunião em que aceitou ser o Candidato da Coligação, Gabeira definiu os pontos dos quais não abriria mão, e que foram aceitos na íntegra pelos três partidos:
Primeiro: a campanha deveria ser limpa em todos os sentidos. Sem faixas nem galhardetes pendurados em postes, sem panfletos nem outras velharias que poluem a paisagem urbana. E sem ataques pessoais, truques eleitoreiros e outras espertezas que poluem a paisagem eleitoral.

Segundo: o programa do candidato passaria ao largo de questões nacionais para se restringir a propostas e idéias vinculadas aos problemas da cidade.

Terceiro: tanto as quantias arrecadadas quanto os gastos de campanha seriam divulgados diariamente pela internet, com a especificação da origem e do destino do dinheiro.

Quarto: se chegasse ao segundo turno, a coligação não negociaria alianças nem adesões.

Quinto: alcançada a vitória, a montagem do secretariado não obedeceria a imposições partidárias ou conveniências políticas. Em vez do indecoroso loteamento de cargos, o prefeito usaria o critério do mérito para a montagem do primeiro escalão: seriam secretários municipais os melhores e mais brilhantes.

E assim construímos uma campanha que recolocou a Política na cidade do Rio de Janeiro, que vinha sendo impedida de exercê-la desde os tempos da Ditadura Militar. Perdemos o pleito por muito pouco, 1,60% dos votos válidos. Foi uma luta democrática renhida e muito difícil, porque contra todas as máquinas do velho modo de governar e de fazer poder.

Conquistamos, sem dúvida a adesão da cidade, porque convocamos a cidadania para vir conosco na busca do futuro. A Onda se espalhou rapidamente por todos os bairros do Rio de Janeiro. Sendo infelizmente barrada nos chamados territórios, aqueles espaços onde a vida da cidade foi impedida pelo controle do tráfico de drogas e as milícias paramilitares. Mas a partir de agora todos os podres poderes tremem quando escutam os rumores da Onda.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E Viva A Onda!

As ondas humanas têm juízo. Elas sabem coisas. Organizam suas energias e continuam se movimentando no oceano da História. As pedras e praias da pós-modernidade não são suficientes para terminá-las.

Falei aqui em meu Blog durante toda a campanha que a grande novidade desta eleição foi a Rede. A Rede também é humana. Confundem-se os que pouco usam a Internet imaginando que se tratam de coisas estranhas realizadas em equipamentos modernos.

As novas redes de comunicação são laços entre pessoas defendendo seus interesses, pontos de vista, noticiando, denunciando organizando, enfim se comunicando em tempo real. A Internet é com certeza a maior confusão jamais feita pela humanidade funcionando com um nível de organização que não consegue ser alcançado por nenhum outro dispositivo.

O Rio de Janeiro mais uma vez cumpre o seu papel de vanguarda na Política brasileira. Colocamos a ação política nas redes. O Rio já percebeu que pode coisas inéditas criando as novas tribos de opinião que irão configurar a nova Polis. Portanto, estamos construindo uma nova forma de fazer Política. E nestes tempos de instantaneidade, rapidamente todo o país estará fazendo Política em rede.

É assim que todas as forças instituídas conhecerão o peso das inúmeras forças instituintes que vem se formando nesta nova Revolução Social que a humanidade está vivendo. É da natureza dos podres poderes não conseguirem sair de si mesmos. Sua dialética os puxa para dentro e assim vão se enredando em suas próprias perversidades. São as piores representações do instituído nestes tempos de acelerada mudança.

Fiquemos com a esperança do novo, trabalhando diuturnamente nas redes que a Campanha de Fernando Gabeira iniciou.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Seriedade na Velha Mídia.

Tão logo terminou o debate de ontem na Rede Record de Televisão entre os Candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, entrei no computador para acompanhar a repercussão entre os internautas. Lendo a primeira notícia editada pelo Globo “On Line”, verifiquei o link para que os leitores opinassem sobre quem se saiu melhor nos debates. Achei estranho que pela primeira vez entre todas as enquetes realizadas pelo O Globo, o candidato Fernando Gabeira vinha ganhando de muito pouco na opinião dos leitores, cerca de 57% a 41%.

Rapidamente entrei na comunidade Gabeira 43 e brincando declarei: vamos acordar moçada e votar na enquete do Globo.

Hoje pela manhã, fui verificar o andamento da enquete. O número de votantes tinha subido bastante, cerca de 2100 leitores, e fiquei pasmo: Gabeira estava perdendo! 52,2% para Paes e 47,8% para Gabeira. O que estaria acontecendo? A minha primeira providência foi entrar e tentar votar novamente para ver como estava funcionando o sistema do Globo “on line”. Imediatamente o software informou: - você já opinou nesta enquete.

Ao meio dia com 3428 votantes a posição se mantinha. Claro que algo estava errado. Não era possível que tantos usuários da Internet tivessem visto o candidato Paes ter ganhado um debate em que ele teve, mais uma vez, um desempenho simplório, contra um político que a cada dia se afirma como um homem com a responsabilidade dos tempos em que vivemos.

Resolvi ligar para O Globo. Pedi para falar com o Editor Chefe do Jornal, o jornalista Paulo Motta. A secretária me disse que ele ainda não havia chegado à redação, mas que eu poderia falar com um de seus assessores.

Relatei minhas preocupações dizendo que o Site do Globo poderia estar sendo vítima de um hacker, que através de um pequeno executável, estaria gerando IPs diferentes em uma única estação de trabalho e votando seguidamente na enquete. O jornalista que me atendeu foi atencioso e me declarou que encaminharia imediatamente meu questionamento ao departamento de Tecnologia e Informática do Jornal.

Cheguei em casa às 20:30 h, corri para o computador e vi o resultado da enquete: - Quem Ganhou o Debate?
Fernando Gabeira: 76,35%
Eduardo Paes: 23,65%, num total de 3134 votantes.
O Globo corrigiu os dados! Parabéns aos jornalistas e técnicos do jornal.

O Paes a cada ação que tenta fica mais “fake” (falso, falsificado, fingido). Não vacilando em desrespeitar a imprensa e os eleitores da cidade do Rio de Janeiro, colocando seus assessores numa posição incômoda de terem de realizar movimentos ilícitos, porque quer ganhar a qualquer preço.

Ainda Empate?

Impressionante a desfaçatez da mídia tradicional. Tudo está empate na campanha para o segundo turno da Cidade do Rio de Janeiro. Com o IBOPE calado porque exageraram na dose durante o primeiro turno, a mídia resolve a coisa dizendo maciçamente que tudo está a mesma coisa. Uma vergonha!

Vamos continuar aqui na Internet mostrando que há uma nova verdade no ar. Uma rede ronda as eleições e tudo que é sólido se desmancha no ar!

O site do Gabeira, http://www.gabeira43.com.br está com média de oitocentos mil acessos dia. Não dá mais prra enganar. E vai ser assim durante o seu Governo. Muito Youtube neles. A Câmara de Vereadores vai para o Youtube. Se houver amarração burocrática na gestão do Executivo, Youtube neles!

Agora acabou! A Internet já é o fim da empulhação na mídia brasileira, graças a campanha de Fernando Gabeira.

Nestes últimos cinco dias de campanha é a Rede e as ruas!

O RIO É DE GABEIRA, GABEIRA!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Uma Campanha contra as Máquinas Tradicionais.

A campanha de Fernando Gabeira encontrou na Internet algumas formas de dar seu olá aos cariocas (e um olé nos velhos métodos da politicagem).

As idéias foram colocadas no site Gabeira43, em diversos vídeos do Youtube e espalhados pelas comunidades na rede. Aos poucos a cidade percebeu que se tratava de uma idéia e de um projeto diferente: escutar a cidade e convidá-la a participar na Internet de alternativas para reconstruir a índole do Rio de Janeiro. Uma cidade aberta, que preza o humor, crítica, mas sempre pronta a abraçar os caminhos do futuro.

A percepção da diferença da campanha e da proposta do Gabeira o colocou no segundo turno. As velhas máquinas ficaram com a candidatura artificial do PMDB como alternativa. Começa o processo do segundo turno e Gabeira dispara na frente. A “onda Gabeira” fica na alma dos habitantes e eleitores.

Os senhores das “máquinas” não agüentaram a reviravolta. Os famosos profissionais do odiento “marketing Político” iniciaram um processo para barrar o movimento espontâneo da cidade em busca de seu futuro. Primeiro as panfletagens apócrifas, todas tentando mobilizar a população em cima do preconceito. Era preciso agitar a idéia de que Gabeira era um ser estranho aos costumes de nossa cidade. Rapidamente perceberam que não ia colar.

Partiram para vigiar o Gabeira, o tempo todo, até quando ele se dirigia ao banheiro, queriam pegá-lo em algum tipo de fala, observação, comentário que pudesse paralisar a Onda.

Qualquer papel amassado por Gabeira era motivo de um verdadeiro bote destes olheiros da perversão. Quem sabe algum comentário, um telefone, enfim, algo.
Num telefonema entre Gabeira e o Vereador Stepan Nercesian, onde comentavam da dificuldade de sensibilizar uma vereadora do PSDB da zona oeste, sobre a proposta de Gabeira para o Lixo produzido pela cidade, os jornalistas pegam algumas palavras de Gabeira, sem sequer terem as palavras do interlocutor e PRONTO! Está conseguida a saída.

Voaram para a redação com um monte de “pedaços” do que Gabeira falara. Não interessa mais contexto, muito menos a importância das alternativas que vinham sendo imaginadas para o Lixo. Agora eles já têm como fazer campanha contra. As forças da reação mais empedernidas do país, articuladas com um complexo de comunicação altamente comprometido com os órgãos públicos de financiamento, passam a babar de felicidade.

Eles acharam que AGORA seria diferente! Afinal eles têm a afirmação de três de seus empregados de que o Gabeira chamou a Lucinha de suburbana.

Logo eles que tentaram o preconceito da sunga, da toalha, do velho, do gay querem dizer que o Gabeira é preconceituoso, só rindo...

Em menos de quarenta e oito horas os “profissas” estão tentando usar a Internet para se dizerem indignados com Gabeira. Coisas do tipo: estou passado, era Gabeira, mas agora não quero nem mais ouvir falar deste senhor, etc. Estão usando as rádios para tentar incutir na população que Gabeira é preconceituoso, logo ele, que tem como marca de política a luta contra todos os preconceitos.

Pois bem, vamos aceitar este jogo. Estamos nas ruas contra todos os Globos e globeiros da cidade para mostrar a farsa.

Vamos Continuar navegando na Onda que foi o povo que criou.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A Onda e os Podres Poderes

Maravilha a mobilização dos cariocas no primeiro turno das eleições. A ida às urnas tinha o sorriso carioca que se confirmava em gritos de Gabeira nas calçadas, praças e restaurantes. O povo da cidade grita e vota querendo um Rio em direção ao seu futuro.

Impressionante a reação conservadora. Campanha contra em seus jornais nos primeiros minutos da campanha para o segundo turno. “O Globo” e o jornal “Extra” queimando sua própria reputação para defender a candidatura da mesmice com fotos perversas.

Um descalabro a declaração da Diretora Executiva do IBOPE acusando a Folha de ter criado a Onda Gabeira com pesquisa que segundo ela eram falsas, eh, eh.

O IBOPE já é no imaginário popular uma grande armação para manipular eleições. E agora vem sua diretora executiva afirmando que as pesquisa modificam opiniões e influenciam nos resultados. O que é isso companheiro?

Nada vai mudar o cinismo desta gente. Esperemos a primeira pesquisa do segundo turno e iremos ter coisas do tipo: primeira semana: Ibope diz que Paes tem 44% e Gabeira 29%. Ainda deverá vir uma segunda pesquisa tipo: Paes cresce no Rio: agora Paes tem 47% e Gabeira 30%. Como sempre fazem, se não colar, irão corrigir na última e na famosa e famigerada pesquisa de boca de urna. Desta vez, só não terão coragem de colocar a “hipopótoma” figura de Montenegro como comentarista dos resultados; seria demais e os Marinhos têm juízo.

Não irá adiantar, a Onda Gabeira afogará os bolorentos podres poderes.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Nessa Onda que Eu Vou


Carioca quando está feliz lembra sempre do carnaval. O samba de Oswaldo Nunes fazia a Avenida Rio Branco inteira sambar junto com o Bloco do Bafo da Onça. Até hoje este samba representa muito do espírito do carnaval carioca em todo o Brasil.

Esta é a onda Gabeira! O Rio é de Gabeira, diz sua música de campanha. E o povo concorda feliz. Neste primeiro turno Gabeira teve votos em grande número por toda a cidade, mostrando o quanto foi inócuo seus adversários tentarem dizer que ele era um Político da zona sul.

O Rio vai confirmar e consagrar Gabeira no segundo turno em nome da alegria, afirmando a cidadania carioca e na expectativa de que vai trabalhar junto de sua liderança para fazer nossa cidade se encontrar com seu futuro.

A onda vai crescer e muito, mas jamais será uma tsunami. Ao contrário, uma enorme onda gostosa de se surfar e de curtir com a certeza de uma cidade melhor.

sábado, 4 de outubro de 2008

Caetano Canta e o TSE Agoniza



Profundamente reacionária e bolorenta a decisão do TSE de impedir a continuidade dos sites de campanha dos candidatos na Internet. A Internet é PÚBLICA, não é uma concessão do Estado. A rede só tem dono na cabeça mais bolorenta ainda do esquerdismo moribundo, que vê a globalização e a Internet como os últimos instrumentos do Imperialismo para dominar todos os povos, eh eh.

A campanha do Gabeira conseguiu mais de um milhão de acessos diários nos últimos quatro dias no seu site. Está aí o início de uma nova era para a Política no Brasil. As velhas máquinas vão morrendo sem entenderem o que está acontecendo. Aqui tem gente que imediatamente diz: mas a Internet ainda é para poucos. Forma velada de não querer ver a Revolução.

Não tem jeito, enquanto isso, tudo o que é sólido se desmancha no ar e Fernando Gabeira vai disputar o segundo turno das eleições na cidade do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Lúcida Declaração de Roberto Freire.

Agora é Gabeira ou Crivela

A cidade do Rio de Janeiro está vivendo um momento único nestas eleições. O povo carioca tem a oportunidade de reencontrar seu compromisso com dias mais bem humorados, participando com Fernando Gabeira na construção de um projeto Republicano para sua cidade.

Falo com todos os democratas do Rio para que compareçam às urnas no próximo dia cinco em defesa deste projeto, sem ilusões de que outras posições dogmáticas ou mesmo tecnicistas possam levar à cidade para seu encontro com o futuro.

Roberto Freire, Presidente do Partido Popular Socialista.

Recife, 03 de outubro de 2008.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

“O Globo” Descobre Dupla Bizarra

O Jornal “O Globo” de ontem, dia 30 de setembro, publicou em sua oitava página duas grandes matérias, uma ao lado da outra, que confirma sua “inteligência jornalística”, mesmo profundamente controlada pelo Comitê Central do partido no poder e sendo o jornal parceiro do IBOPE.

Os depoimentos absolutamente irresponsáveis de dois carinhas envolvidos com a Política em nosso país. José Dirceu e Carlos Augusto Montenegro, que não seriam uma boa dupla de zagueiros para nenhum time da terceira divisão, e piores ainda como Dupla Caipira, deitaram falação destilando fel contra o candidato Fernando Gabeira.

O Zé diz que não admite Gabeira na Prefeitura do Rio de Janeiro; onde já se viu? Tentando firmar que Jandira era a única opção de esquerda pra cidade. A moça meio desesperada colocou o Post do Zé no seu site, percebendo o risco botou a culpa nos “hackers” e retirou logo depois; quanta pobreza de espírito! E o alucinado do Montenegro com “sua credibilidade de setenta anos”, que ele não tem nem no Botafogo, coitado, chamando o Gabeira de “covarde, omisso e dissimulado”.

Gabeira, bom mineiro, disse apenas, com relação aos desatinos do Zé: - “É perfeitamente legítimo que ele tenha esta posição. A população do Rio vai julgar se acompanha quem ele apoiar ou se decide por uma outra visão política”. Com relação ao travesso das pesquisas ele não deu nenhuma palavra.

Gabeira está só esperando passar a nervosia. Ele sabe que quem fica contra a onda acaba engordando a própria onda.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Zona Sul não é adversária do Rio

Excelente entrevista do Gabeira ao Jornal "O Dia" de hoje. Vale a pena dar uma lida.
Gabeira esperto, lúcido, a favor do Rio de Janeiro escapando pro futuro e empolgado com a Revolução.

Gabeira diz não ter vergonha de ser ‘o candidato preferido entre as pessoas mais instruídas’ e defende cidade unificada.
Bruno Astuto

Rio - A série de entrevistas ‘Os candidatos como você nunca viu’ traz hoje Fernando Gabeira, o candidato do PV à Prefeitura do Rio. Ele me recebeu em sua casa de uma maneira, digamos, que nenhum convidado apreciaria: “Você só tem vinte minutos”.

Lembrando que estamos também a poucos minutos das eleições, segui firme no propósito de mergulhar nos pensamentos desse político. Mas um probleminha doméstico o assola: Pequena, sua gatinha de estimação, de uma hora para outra decidiu virar terrorista e atacar passarinhos, logo a gata dele, um homem tão pacifista. Prioridades, se eleito, são quatro: “A gente vai começar com a bola no chão. Sentar, resolver quatro problemas: tapar os buracos, botar luz, podar as árvores e limpar as ruas”.

Está fazendo dieta para enfrentar a maratona?
Não, porque, na verdade, a gente está tendo tempo até para almoçar às vezes.

O que o povo lhe oferece na rua que você adora e o que você detesta?
Eu não como qualquer coisa. Não como carne, por exemplo. Nas feiras, gosto de frutas e fico feliz de banca em banca comendo frutas.

Esta campanha está sendo baixaria ou alto nível?
Eu tenho a impressão de que ela ainda não conseguiu achar sua identidade. Há tentativas de baixaria e tentativas de alto nível. A campanha ainda não começou a empolgar. Só agora, na reta final, é que começam a aparecer as verdadeiras personalidades por trás dos candidatos. A minha previsão é que o clima vá esquentar.

Vou dizer os nomes dos outros entrevistados e gostaria de que você fizesse um pequeno comentário a respeito. Solange.
Excelente deputada.

Molon.
Excelente pessoa, um excelente deputado estadual.

Jandira.
Uma pessoa extremamente trabalhadora e muito voltada para a saúde.

Eduardo Paes.
Muito dinâmico, teve uma participação como administrador, seria um bom síndico para o Rio de Janeiro.

Crivella.
Pacífico, tranqüilo, apesar de às vezes estar no olho do furacão da luta religiosa.

Você tem religião?
Tenho. Trabalho com os budistas. Quando o Dalai Lama vem ao Brasil, eu o recebo, faço negociações com o Itamaraty para que ele seja recebido, já que ele tem dificuldades por causa da China. Também tenho boas relações com o catolicismo, que é a minha religião de origem, onde fui educado. Tenho boa relação com as religiões africanas, com os batistas. Na verdade, eu partilho com muitos princípios de várias religiões.

Qual a crítica que mais o magoa?
Nenhuma crítica toca tão fundo, todas são de uma maneira geral bem recebidas. Algumas ofensas me tocam fundo. Quando é crítica, eu sempre trato no plano político. Quando é uma ofensa, fica mais difícil.

Você chora com facilidade?
Choro de emoção, de saudades, de raiva. Mas, de um modo geral, eu não choro. Procuro reagir da forma mais racional possível.

De que você sente saudades?
Muito difícil responder, porque eu estou com 67 anos. Foram tantos bons momentos, tantos lugares maravilhosos e tantas situações inesquecíveis, que você vê que a vida é muito boa. O período que eu passei na Suécia, sobretudo nos verões, foi inesquecível.

Que lugar mais o deslumbrou?
Londres é a cidade européia em que me sinto mais satisfeito como cidade grande.

Qual o livro da sua vida?
São vários, mas eu gosto de dois que me ensinaram a conduzir uma narrativa de forma mais econômica e enxuta possível, porque eu sou escritor. Um é ‘O Velho e o Mar’ de (Ernest) Hemingway e o outro é ‘O Estrangeiro’, de Albert Camus. São importantes para quem quer narrar alguma coisa. São objetivos, curtos e absolutamente completos no que querem.

E o filme da sua vida?
Sempre gostei de filmes pacifistas, que fazem uma crítica à guerra. ‘Glória feita de sangue’, por exemplo. E toda a filmografia italiana. “Oito e meio’, de Fellini, é maravilhoso. Gosto muito do (Ingmar) Bergman, sueco.

Você se diz pacifista. Quem hoje imagina que você já tenha participado da luta armada?
Eu também não me imagino. Não me arrependo, mas foi um equívoco porque fez com que a ditadura durasse um pouco mais que ela poderia durar.

Você saiu da luta armada como um pacifista e o José Dirceu, um dos prisioneiros políticos por quem você e seus companheiros trocaram o embaixador americano seqüestrado, tornou-se uma figura controversa.
Controversa pelos caminhos que ele escolheu. Eu acho o José Dirceu às vezes muito injustiçado sob um aspecto: todos os problemas que o PT viveu acabaram sendo atribuídos a ele. Ele ficou com o papel de vilão.

Voltar e sair do Partido dos Trabalhadores foi difícil?
Não, não foi difícil. Custou umas tardes de apreensão porque o processo estava se desenrolando de uma forma muito clara para mim. Aquele caminho não era o caminho que eu queria. Hoje eles estão até muito satisfeitos com a popularidade muito grande. Mas o nosso caminho tinha que ser de revisão da prática política, das relações entre os políticos, da redução da roubalheira. E isso não aconteceu.

Você é um verde que picha editorial de moda com casaco de pele? O que é ser verde?
Não. Quem faz esse trabalho nos Estados Unidos é o Peta, que trabalha especificamente com os direitos dos animais, não o Partido Verde. Eu sempre achei que o caminho melhor é o pedagógico. Se você quer realmente alterar uma situação, não adianta entrar no trilho da proibição, mas do diálogo, da conversa. No caso da moda, por exemplo, ela tem uma base material, mas também uma base muito subjetiva. Ela é uma combinação estética que as pessoas têm entre si.

A imagem da campanha pela legalização da maconha o ajuda ou o atrapalha?
No momento, nem ajuda nem atrapalha. Eu sou candidato a prefeito do Rio de Janeiro, não tem nada a ver. Não há nada hoje que me atrapalhe, a não ser o fato de a população não ter se dado conta do processo eleitoral.

Já chega ao ponto que isso o incomoda?
Não incomoda, não. Apenas é um registro de como as pessoas estão perdendo o ponto, como dizem os americanos. O ponto aqui é a campanha municipal, o que fazer com a cidade, que está atravessando uma crise profunda, um processo de desordem. A cidade está dominada parcialmente por grupos armados, cheia de buracos, é escura em muitos pontos. É o único lugar do Brasil que empobreceu nesses anos, que os pobres ficaram mais pobres.

Você é o candidato da Zona Sul?
Tem vários clichês, vários mitos que vão sendo desfeitos. O primeiro mito é esse, de que a Zona Sul é adversária do Rio. Então ser da Zona Sul é carregar uma vergonha, um fardo. Eu acho que nós queremos uma cidade unificada. Outros candidatos fingem que não são da Zona Sul e dizem que eu sou. Eu não tenho nenhuma vergonha de ser o candidato preferido entre as pessoas mais instruídas. Isso não é vergonha.

Qual é o seu programa povão?
Ando aqui em Ipanema de chinelo e bermuda. Vou a todos os lugares, vou de bicicleta ao Flamengo. Conheço e gosto de conhecer os porteiros, os taxistas.

E o momento high society?
Não tenho me permitido luxos ultimamente, mas, quando sou convidado para dar palestras, freqüento bons hotéis. Também tenho boas roupas, porque não sou de comprar muitas roupas baratas. Prefiro uma cara de boa qualidade e usá-la bastante.

Qual o seu primeiro ato no dia 2?
A gente vai começar com a bola no chão. Sentar, resolver quatro problemas: tapar os buracos, botar luz, podar as árvores e limpar as ruas.

E o primeiro decreto quando acabar a campanha, em nome da sanidade mental?
Preciso tirar dois dias. Não sei onde, mas para exatamente não pensar em nada, esvaziar a cabeça.

Já teve alguma desilusão amorosa?
Não, mas tive algumas separações na juventude, sim. Se não houvesse dor-de-cotovelo, a gente não poderia beber chope e ouvir samba-canção.

Já quebrou corações?
Eu não entendo assim, mas como um processo de caminhos que se cruzam e se desfazem. Você não quebra o coração. É uma interpretação equivocada, porque são liberdades que se juntam e às vezes se separam.

Você vive casado como antigamente.
Essa é a casa dela. Tenho um apartamento aqui perto e moramos juntos. O apartamento que eu tenho, minha filha está usando como consultório, pois se formou psicóloga. É um casamento convencional, sim.

O símbolo da liberdade sexual e de costumes encaretou?
Não sei se o fato de viver com uma pessoa entra em contradição com a liberdade sexual. A minha posição foi sempre a de liberdade.

Qual é a sua revolução agora?
Vivemos no auge da revolução digital. Estamos passando por uma nova época, a chamada a época do conhecimento. Não é à toa que eu estou propondo que o Rio de Janeiro se transforme na capital do conhecimento.


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

As Pesquisas ou a Onda?

Eu fico com a onda sem qualquer sombra de dúvida. Nem tanto porque nós os cariocas adoramos o mar, mas pela impossibilidade de tentar barrar a onda.

Na campanha de 1982, eu, um dos malfadados “Luas Pretas”, resolvi na última semana de campanha dar um pulo até a Central do Brasil para ver a chamada reta final. Levamos algum material do Miro e um megafone para agitarmos naquele tradicional ponto de passagem de milhares de cariocas, eh eh. O nosso problema era como esconder tudo que levamos. O povão desembarcava do Metrô gritando Brizola na Cabeça! Chegavam na Gare da Central e ajudados pelo eco, transformavam o ambiente numa consagração do Brizola. Ali vimos que não tinha jeito. E não teve mesmo apesar da Proconsult, Ditadura, IBOPE, etc.

Estamos na reta final desta campanha pra prefeito da Cidade do Rio de Janeiro. Deixo para a sua reflexão três vídeos de campanha da semana passada.





sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Carta não Publicada

No domingo passado minha mulher enviou uma carta ao Jornal "O Globo" dirigida à consagrada seção "Cartas dos Leitores". Não publicaram uma pequena nota, que na verdade, ajudaria a confirmar o cuidado que os Marinhos têm com a Liberdade de Imprensa.
Segue a carta rejeitada:

Stalin Morreria de Inveja

Hoje, 14 de setembro de 2008, domingo, o Jornal O Globo conseguiu a proeza de, após duas chamadas de capa, colocar o nome do Lula em seis títulos de matéria interna, sendo que destas seis nomeações (como no Oscar mesmo) duas têm direito a foto. E mais duas fotos que ilustram matérias!!!
Pensei, vai ver que o dia do nosso guia ontem foi fabuloso, O Globo só está retratando a verdade. Pois bem, a Folha de São Paulo tem apenas um título na página cinco do caderno Dinheiro e no caderno Cotidiano uma foto (que na verdade ilustra uma matéria "contra" - a tal história do fumante).
Não satisfeita fui ao Jornal do Brasil e na página quatro do caderno A há uma foto para chamar a matéria da página 11, esta sim com o nome do Lula no título e mais uma foto. Na página 26 há também um título com o nome "dele".
Em suma, ninguém se compara ao O Globo em matéria de culto a personalidade!!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um Ex Blog com dificuldades

O prefeito da cidade conseguiu um bom nível na qualidade da informação que vem colocando em seu Ex Blog. Entretanto, no capítulo eleições municipais, pela fraqueza de sua candidata, optou por fazer campanha contra as demais candidaturas. Com tal escolha passa a ter uma postura panfletária e perde conteúdo. No seu Post de hoje, faz um comentário bizarro com relação ao programa de televisão do Candidato Fernando Gabeira.
Vejam aqui o programa do Gabeira:

http://www.youtube.com/watch?v=FTZmPiaRJLg&eurl=http://gabeira.com/gabeira43/?p=519

Agora é só ler os comentários do Prefeito:

NEOLIBERAL? O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?!

1. No programa eleitoral de ontem, Gabeira disse que vai gerir a prefeitura como uma empresa privada e que vai tratar o CIDADÃO como as empresas tratam o CLIENTE. O ex-presidente do Bacen de FHC pela segunda vez entrou no programa. Talvez esse texto lido em teleprompter pelo Gabeira tenha sido escrito coerentemente por ele.

2. De uma forma simples para se entender. A empresa estabelece com o cliente/consumidor uma relação onde procura garantir a maior taxa de lucro num quadro de satisfação do cliente com o produto, para que este seja um cliente permanente. O veículo que usa para isso é principalmente a sedução pela publicidade como forma de atração. O cliente/consumidor é um ator individual que busca o máximo de satisfação pessoal -qualidade/preço- a partir da elasticidade-renda para o produto que deseja comprar.

3. O governo estabelece com o cidadão uma relação político-social, onde interage e estabelece restas relações por sistemas internos. A oferta de seus serviços não é determinada individualmente com o cidadão, mas por decisão política muitas vezes estabelecida em lei (oferta de matriculas...). E pelas pressões da sociedade sobre os governos produzindo sinergia e também conflitos. O cidadão -nesse sentido- é um ator social e coletivo, e demanda para além de si mesmo, conscientemente ou não. A "conquista" do cidadão se dá por argumentação e demonstração com resultados e comparações com as alternativas.

4. A relação puramente de mercado entre governo e clientes é o que se chama de política de clientela, onde políticos conquistam o eleitor com favores pessoais. A isso se chama clientelismo.

5. Para sua própria biografia Gabeira deveria corrigir ou explicar o que disse. Nesse momento consegue ocupar o espaço da direita ultra-liberal, para a qual o estado deve ser mínimo e se possível apenas uma instituição operando com lógica empresarial. Lembre-se que no direito privado o individuo ou empresa pode fazer tudo que a lei não proíbe. Mas no direito público os governos só podem fazer aquilo que a lei determina ou agir nas restrições que impõe. Um choque o programa do Gabeira de ontem. Todos que o conheceram ficaram perplexos.


Tirando o fato de que ele também não resiste ao charme da frase que Gabeira consagrou no título que deu ao Post, nem de factóide poderemos acusar o Prefeito. Como ele deu recentemente uma entrevista ao Jornal o Dia, (está no Youtube), com mais de quarenta minutos de duração, consagrando Lenin, que está colocado numa foto entre ele e o entrevistador, imagino que seja muito difícil se livrar do esquerdismo que o marcou profundamente em toda a sua luta na Política.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

As Eleições Municipais, a Internet e a Justiça.

Recebi de um grande amigo um link de um artigo publicado no site Consultor Jurídico sobre a participação dos candidatos nas eleições de outubro. O artigo se chama “Confusão Eleitoral”, veja: http://www.conjur.com.br/static/text/69817,1

Um velho ditado chinês diz diante de algum acontecimento inesperado que “Pode ser bom, pode ser mau”. Parece este o caso da Justiça brasileira diante da Internet. Em primeira mão fica bastante curioso o fato de constatarmos uma manifestação federativa de nossa Justiça; cada Tribunal Regional se pronuncia e decide de maneira isolada e “própria”. Na verdade, todos tendo a certeza que enviando um emaranhado de posições diferentes ao TSE, todos estarão beneficiados pelo prazo. Quando o órgão superior se pronunciar, as eleições já terão ocorrido e o velho impedimento conseguido. Aí surge o primeiro pepino formal: será que para cada um dos candidatos também não valerá o efeito prazo?
Digamos que sou um simples candidato a Vereador de minha cidade e passo o tempo todo, com vários personagens “fakes” identidades virtuais falsas, atacando todos os demais candidatos que podem deslocar meus votos. Faço isto em diversos sites de relacionamento e ainda crio um site de denúncias com IP na Alemanha, etc. E aí senhores juízes, o que fazer?
A Internet é a fiel depositária de todo o saber humano, com ele toda a perversidade também está lá. Não adianta tentar regulamentar o que não pode nem poderá ser regulado. A rede é a nova sociedade apontando para novas formas de comportamento ético em cada um de seus nós, ou seja, cada indivíduo digital. Sem nos esquecermos de que a Geografia tem seus dias contados nesta nova sociedade. Valerão cada dia mais as comunidades humanas, demografias que lá se manifestam e lutam por seus interesses.
Fica fortemente patético que uma Toga queira impedir o que não é possível.
Mais que patético, a dramaticidade apontada no artigo citado que compara o fato do Tribunal Eleitoral brasileiro ser o órgão responsável pelo sistema de votação e apuração mais avançados do mundo contemporâneo, eh eh. Que fazer se nossa Justiça de velho mundo só entende de regular o impedimento?
No caso das redes tecnológicas a sabedoria do velho ditado chinês vai com certeza apontar para tudo que pode ser bom na nova sociedade.
Se eu fosse advogado diria para cada cliente candidato: - “Todo Poder às Redes Tecnológicas!”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Onze de setembro – data trágica.

Hoje lembrei de Salvador Allende naquele 11 de setembro de 1973. As fotos e reportagens na TV mostrando a sangrenta derrubada de seu Governo democraticamente escolhido por seu povo. Os fascistas não agüentaram a consolidação de sua posição na sociedade tendo melhorado a representação política de seu governo nas eleições parlamentares e partiram para o golpe de Estado. Usaram o caminho da aniquilação e assassinaram Allende no Palácio de La Moneda, sede do Governo legítimo do Chile. Tempos de guerra fria e de lutas entre blocos ideológicos antagônicos. Chorei copiosamente naquele onze de setembro.

Ainda divagando, lembrei do onze de setembro de 2001. O ataque terrorista aos Estados Unidos da América. Estava voltando de um fim de semana na praia; um amigo ligou. Ficamos sem entender direito eu e minha mulher. Ligamos o rádio, maior perplexidade. O que era aquilo companheiro? Só mesmo plagiando o Gabeira. Cinco dias depois escrevi um texto, segue colado:

Onze de setembro de 2001.

“Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem.
Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final.
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial”
Caetano Veloso

Já existe e vem sendo vivida uma “Nova Ordem Mundial”, resistem os velhos podres poderes. A unidade dialética entre globalização versus fragmentação é o grande e novo processo da nossa contemporaneidade. Não dá para viver e pensar os nossos dias sem apreender este inédito movimento da História.

Como começar imaginando soluções pelos Estados? Procurando um novo “Concerto entre as Nações” preocupadas com o fim do terrorismo? Todos os Estados estão em cheque, funcionando como processos globalizantes e fragmentos ao mesmo tempo. São hoje produtos desta contradição, e não têm como sair dela, até sua mudança completa em novas sínteses ainda inimaginadas.

O que é mais terrível para o velho Império Norte Americano é se constatar atacado por forças que se organizam a partir do máximo de fragmentação possível; de vontades políticas e ideológicas instituintes que se caracterizam por não aceitar as regras do jogo da Institucionalização que os dominou nos últimos séculos. E estas forças atacaram graças aos mais sofisticados dispositivos globalizantes, em rede, usando as diversas redes institucionais e sendo rede. Chega a ser patético o Sr. Bush declarando que vai ganhar este xadrez mesmo sem as torres.

Nenhum compromisso com nenhuma das Éticas vigentes do velho mundo Ocidental ou mesmo do Oriente. Oriente e Ocidente: conceitos que já estão na lata do lixo da História que tinha a Geografia como uma espacialidade dimensionada. Tudo vira um ponto nas redes tecnológicas; as geografias transformam-se em demografias se apropriando dos tempos possíveis num espaço único e instantâneo. O Oriente é em Nova York, e Washington, a capital do Império, também é em Cabul.

Os Estados existentes, produto do desenvolvimento histórico até o esplendor do Capitalismo Industrial, sem exceção, têm em sua biografia algum tipo de vinculação com o terrorismo; ou porque o praticaram e ainda o praticam ou no mínimo porque foram e ainda são coniventes com essas atividades. O terrorismo contém sempre alguma chancela de Estado como pano de fundo de suas ações. E na maioria das vezes, em atos perpetrados contra suas próprias populações.

Está bem; - baseados em nosso teimoso e iluminista humanismo, imaginemos que a dimensão dos atos bárbaros e selvagens acontecidos em Manhattan na manhã do dia onze de setembro de 2001, sejam suficientes para que os Estados/Nações se sintam impelidos a um grande acordo de combate sem tréguas ao terrorismo. Imaginemos até o impossível e que os EEUU reflitam sobre a importância de um acerto desta monta e que recuem de decisões belicosas em nome de um conjunto de medidas que procurem por fim ao terrorismo; eh!eh!.

Controle internacional de venda de armas, controle internacional de pesquisas tecnológicas com clara intenção bélica, (o que seria isso, depois do uso de aviões comerciais com passageiros como armas letais?), transparência nas políticas de Estado com relação a expansão comercial e financeira, controle dos fluxos de capitais para impedir a lavagem do dinheiro chamado de sujo, aceitação de representação étnica de qualquer povoação que assim se manifeste, religiões respeitadas e controladas democraticamente para que não exacerbem ideologicamente tentando tomar o lugar dos Estados, em suma, todos os milhares de fragmentos construídos a partir do jogo bruto dos interesses, sob controle democrático numa grande rede global de consenso. Aí Fukuyama teria razão, teríamos cristalizado o movimento, a contradição dialética máxima de nosso tempo amarrada por normas de consenso mundial: - o fim da História.

O nosso humanismo perdendo a razão diante da dramaticidade do contemporâneo. É da lógica do fragmento não tomar conhecimento daquilo que se denomina ordem global, ou pelo menos tentar minimizar os efeitos da permanente tentativa de imposição. O fragmento é local, age localmente como o fez nas torres do World Trade Center e no edifício do Pentágono. E o fez usando a globalização com máxima eficácia.

É fundamental que não se caia na tolice ideológica de que tais processos tenham donos. Nem a globalização nem a fragmentação são de ninguém. Nenhum imperialista perverso ou um grupo deles manda ou sequer influencia a direção dos processos globalizantes a não ser como forças sociais que são partícipes de um novo modo social de produção. Da mesma maneira, nenhum auto denominado Partido de esquerda, ou líder carismático de qualquer nacionalidade controla os fragmentos a ponto de barrar o processo globalizante; insistir em procedimentos desta monta é pelo menos melancólico.

A contradição é mais aguda nas redes tecnológicas. Lá somos pequenos nós, pontos virtuais/reais, que demandam vontades/idéias, propondo o que bem entendemos, basta um clique e a realidade já é outra. São todos estes milhões de nós/fragmentos que constituem a rede global do conhecimento humano. E é esta rede que está agregando valor social ao processo produtivo de forma inimaginável.

Viver em rede desobriga a organização social clássica. Não precisamos mais de representações formais verticalizadas. Podemos e nos organizaremos em rede, para pensar e criar novas organizações sociais - novas “Polis”, novas Políticas. A confirmação da sociedade em rede irá possibilitar uma nova Ética para cada nó, para cada indivíduo digital.

Estou escrevendo estas linhas para colocar em rede. Num site de discussão do PPS, Partido político do qual faço parte, me incorporando assim num grupo de jurássicos que insistem em defender o humanismo de um mundo que desaparece. Não vou propor alternativas com ordem do dia e proposta numerada. Seria iluminismo demais. Prefiro as pauladas homéricas que levarei porque apresento um problema dramático e não apresento soluções.

Todas as Revoluções têm seus mortos, diz a frase clássica. Esta apresenta sua face trágica e aterradora prenunciando que outras torres serão demolidas. E o mais grave é que nem sequer vislumbramos o seu caráter político. Até o momento somente a Revolução Histórica e inexorável.

Raulino Oliveira, em 16/09/2001.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aspásia Camargo promove um encontro civilizatório.

Fui convidado a comparecer na cerimônia de entrega de medalhas Pedro Ernesto na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aos heróis de Guerra Isaack Kimelblat e Natan Kimelblat, hoje dia primeiro de setembro de 2008. Dois participantes da luta contra o Nazi-fascismo na chamada frente oriental da Guerra. Eles foram Partizans, guerrilheiros em defesa da URSS e de sua comunidade judaica durante a segunda guerra mundial.
Foi uma grande cerimônia, em defesa da humanidade e da liberdade.
Todos os presentes e eram muitos, se emocionaram com os depoimentos dos Cônsules da Rússia, da Bielo-Rússia e da Ucrânia, quando denunciaram a morte de mais de vinte e cinco milhões de pessoas pelos exércitos do Eixo. Eles venceram o terror e deixaram um imenso legado para a humanidade. Venceram inclusive pela feroz participação dos Partizans na luta pela resistência. Estes dois irmãos depois de seriamente feridos nas batalhas, depois de recuperados vieram para o Brasil e vivem desde então na nossa cidade do Rio de Janeiro. Temos dois Partizans vivos e cariocas em nosso meio! Ambos deram um emocionante depoimento.
Aspásia com toda propriedade, fez uma declaração defendendo o processo civilizatório contra a selvageria, chamando a atenção das dificuldades em que vive nossa cidade com a desordem urbana e a incapacidade do poder público em dar alternativa a toda esta crise em que o Rio está sufocado. Saí do evento com a certeza que presenciei um momento de defesa da civilização contra as barbáries de todos os tipos.
Vi-me fazendo um balanço deste final de agosto, que nos impede de dizer que setembro virá. Neste final de agosto estamos vivendo a quebra do Estado de Direito em nosso país promovida pelas artimanhas do centro duro de poder do PT. Aqui em nossa terra o Presidente do Supremo Tribunal federal foi “grampeado” numa conversa com um Senador da República. Lula que diz que vai investigar com rigor, declarou num discurso no fim de semana para gente simples de nosso país que o PT foi tão injustiçado durante a crise do mensalão durante o ano de 2005, que até acusaram o Partido de ter assassinado o Prefeito Celso Daniel do seu Partido Político. Como já postei neste Blog no dia 31/07/2008, (Doha a quem Doher), o verdadeiro Comitê Central deste Governo tem dois responsáveis pela morte de Celso, conforme amplamente divulgado em toda a imprensa brasileira. Como pode ser tão cínico o primeiro mandatário do país?
Nesta marcha acabaremos precisando de Partizans para enfrentar este protofascismo populista em que toda a nação está cada dia mais enredada.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Orçamentos, estes obscuros objetos da informação.

Na edição de ontem do Jornal O Globo havia uma matéria na página onze onde eram assinaladas as dificuldades para se achar as informações de despesas e receitas realizadas pelos órgãos públicos brasileiros. Falava-se em confusões, termos estranhos e dados incompletos. A matéria é verossímil e traduz a dificuldade que temos quando, por exemplo, queremos saber quanto foi gasto em educação num Município qualquer do Estado do Rio de Janeiro; (muito pior se quisermos saber quanto foi gasto em publicidade num determinado período). Os orçamentos brasileiros são caixas pretas com termos e dados incompreensíveis para ampla maioria dos brasileiros, e muito mal disponibilizados na Internet.
Acontece que só é segredo se não estiver na rede!
Claro que o Google revolucionou completamente a informação dentro da Internet. Seus robozinhos de busca acham qualquer informação na rede. E pronto; colocou num site vai ser encontrado se alguém fizer a busca.
Os gestores públicos brasileiros, a maioria por desconhecimento, se deixa levar pelos seus departamentos de TI. Os “informonautas” que trabalham nestes departamentos sempre querem desenvolver um sistema proprietário capaz de gerir as informações no site da instituição e então disponibilizar os dados. Em cento e um por cento dos casos, esses profissionais estão sempre declarando que o tal sistema está noventa e nove por cento pronto, mas que ainda existem alguns gargalos com a contabilidade, com auditorias, etc. e jamais aprontam o tal sistema, eh eh.
Não sabem ou fingem não saber que basta uma simples planilha Excel, um pequeno Banco de Dados, ou até mesmo um Documento em formato texto indicando o que está sendo feito, para que qualquer simples mortal entre no Google e ache o que está sendo executado.
Os já míticos dois garotos do Google fizeram a Revolução dentro da Revolução e é isto que devemos apreender e saber usar em defesa da tão decantada transparência no serviço público em nosso país.

domingo, 24 de agosto de 2008

Dionísio no Templo de Apolo

As olimpíadas continuam sendo o maior espetáculo promovido neste nosso planeta. A China construiu um conjunto de estádios e dispositivos jamais vistos nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos, possibilitando juntamente com as novas tecnologias da comunicação um evento acompanhado "on line" por bilhões de seres humanos em todo o mundo.

Os Estados Unidos com sua grande tradição olímpica levaram Michael Phelps para as piscinas e encantaram o mundo com esta máquina de nadar conseguindo oito medalhas de ouro e batendo sete recordes mundiais, suplantando o mito norte americano de Munique em 1972, o nadador Mark Spitzs. A China ganhou a corrida pelo ouro conseguindo um total de cinqüenta e uma medalhas de ouro num total de cem medalhas. Os Estados Unidos vieram a seguir com trinta e seis medalhas de ouro num total de cento e dez medalhas.

O inesperado, acontecimento inédito destas Olimpíadas de Pequim vem de um discípulo de Dionísio, habitante de uma pequena ilha do Caribe com menos de onze mil quilômetros quadrados de extensão e cerca de dois milhões e seiscentos mil habitantes. Usain Bolt conseguiu bater três recordes mundiais no atletismo, se tornando o atleta mais rápido do mundo, nos cem metros rasos, nos duzentos metros e no revezamento quatro por cem metros. Um homem de vinte e dois anos que tem um grande compromisso com a alegria e com o prazer. Fez de suas vitórias um momento de doce brincadeira para toda a humanidade: sorrisos, caras e bocas e muita dança. Colocando a Jamaica nas emoções de todos os amantes do esporte compromissados com o prazer. Vale uma olhada no vídeo abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=KZRLjwOfMWQ (tem que dar copy paste no endereço, porque a NBC americana está impedindo todos os vídeos das olimpíadas. Business pra esses carinhas é coisa que não se brinca, eh eh).

E o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge não perdeu tempo repreendendo este mágico das pistas com seu rancor de elite bolorenta, tentando enquadrar o maravilhoso atleta, eh eh

Vejam trecho da entrevista, no encerramento, deste bolorento dirigente dos esportes mundiais: - "Eu dei a ele um conselho de pai, dizendo que ele precisa ser mais respeitoso em relação a seus adversários. Mantenho minha opinião. Eu disse a ele que é um ícone dos Jogos junto com Michael Phelps, um exemplo. Mas eu também disse que ele é um jovem de 22 anos e tem tempo para amadurecer".

Participaram dos Jogos de Pequim 204 delegações olímpicas. Tendo três países estreantes: Ilhas Marshall, Montenegro e Tuvalu. Conseguiram medalhas 87 países, sendo que somente 55 países conseguiram pelo menos uma medalha de ouro. Jamaica foi a décima terceira colocada nas Olimpíadas de Pequim.

A posição de medalhas nas Américas foi a seguinte:

Posição

País

Ouro

Prata

Bronze

Total

1

Estados Unidos

36

38

36

110

2

Jamaica

06

03

02

11

3

Canadá

03

09

06

18

4

Brasil

03

04

08

15

5

Cuba

02

11

11

24

6

Argentina

02

00

04

06

7

México

02

00

01

03

8

Rep. Dominicana

01

01

00

02

9

Panamá

01

00

00

01

10

Trinidad e Tobago

00

02

00

02

11

Bahamas

00

01

01

02

12

Colombia

00

01

01

02

13

Chile

00

01

00

01

14

Equador

00

01

00

01

15

Venezuela

00

00

01

01

Totais

56

72

71

199